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Estudo inovador demonstra que a Hemodiafiltração de Alto Volume reduz a taxa de mortalidade

A Fresenius Medical Care, líder mundial no fornecimento de produtos e serviços para indivíduos com doenças renais, participou de um estudo clínico inovador que demonstrou que a taxa de mortalidade entre doentes com falência renal pode ser significativamente reduzida por meio da utilização da tecnologia de hemodiafiltração de alto volume. O Estudo foi conduzido pelo consórcio CONVINCE e liderado pela University Medical Center Utrecht, este foi um estudo internacional randomizado e controlado, meticulosamente projetado e executado, que traz um marco crucial na comparação da hemodiafiltração de alto volume (HV HDF) com a hemodiálise de alto fluxo convencional, demonstrando inequivocamente a superioridade da HV HDF em relação ao aumento da sobrevida dos doentes em hemodiálise. Os principais resultados do estudo foram divulgados durante o 60º Congresso anual da ERA, o artigo encontra-se publicado na revista científica The New England Journal of Medicine.

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE HEMODIAFILTRAÇÃO E HEMODIÁLISE DE ALTO FLUXO NA MORTALIDADE DO DOENTE COM DOENÇA RENAL CRÓNICA EM DIÁLISE.

(Estudo Convince. N. Eng. J. Med. 16 de Junho de 2023)

INTRODUÇÃO: Quer a hemodiafiltração (HDF), quer a hemodiálise (HD) são técnicas aceites como eficazes no tratamento da doença renal crónica para as pessoas doentes que necessitam de diálise, sendo a HD a técnica utilizada na maioria das unidades de diálise.

Até ao momento foram já efetuados 4 estudos comparativos entre as duas técnicas, mas por problemas de metodologia científica, 3 foram inconclusivos e apenas um mostrou vantagem da HDF no que respeita à sobrevivência dos doentes. Um quinto estudo que englobou todos os registos dos doentes utilizados nos 4 estudos anteriores (uma meta-análise), mostrou igualmente benefícios da HDF, mas esta junção de doentes não acautelava o cumprimento da dose de HDF, que, entretanto, se percebera que tem que ser superior a 22 litros de fluido de substituição durante cada tratamento.

METODOLOGIA: Perante estas incertezas foi desenhado o estudo CONVINCE, um estudo pragmático, controlado, prospetivo, aleatorizado, multicêntrico, isto é, um estudo que cumpriu as melhores práticas da investigação clínica, para investigar se a HDF de alto volume oferecia vantagens em relação à HD de alto fluxo, sendo esta última a forma mais eficaz de hemodiálise convencional.

O estudo decorreu em 61 unidades de diálise em 8 países europeus, entre novembro de 2018 e abril de 2021, utilizou como principal objetivo (primmary endpoint) a mortalidade das duas técnicas, foi financiado pela Comissão Europeia de Investigação e Inovação (Horizon 2020) e o seu Comité Científico, que não integrava elementos com conflitos de interesse financeiros, teve a responsabilidade da interpretação dos dados recolhidos e da preparação do texto do artigo publicado.

RESULTADOS: Foram avaliados 1360 doente e finalmente incluídos por “sorteio” (aleatorização) 683 no grupo da HDF de alto volume e 677 na HD de alto fluxo. As características dos doentes incluídos nos dois grupos ficaram muito equilibradas, mas o grupo da HDF, por razões que são inerentes à técnica e dificilmente igualáveis, recebeu uma maior dose de diálise em cada tratamento (medida pelo Kt/V).

O período médio de acompanhamento de cada doente durante o estudo foi de 30 meses, durante este acompanhamento faleceram 17.3% dos doentes no grupo da HDF e 21.9% do grupo da HD, isto é, o risco de morte (Hazard ratio 0.77) no doente a fazer HDF é 23% mais baixo do que nos doentes a fazerem HD. Este benefício mostrou-se superior nos doentes não diabéticos e sem doença cardiovascular declarada no início do estudo.

CONCLUSÃO: Como se suspeitava, mas tinha que ser provado, a Hemodiafiltração de alto débito é uma técnica mais dispendiosa e exigente na qualidade processual, mas reduz a mortalidade em 23% quando comparada com a hemodiálise de alto fluxo, o que deve ser tido em conta na escolha da melhor modalidade terapêutica para a doença renal crónica necessitando diálise.

Esta é uma boa notícia, já que infelizmente a extensa maioria das intervenções diagnósticas ou terapêuticas de que dispomos para a doença renal crónica em diálise, não têm qualquer impacto em indicadores cruciais como é o caso da mortalidade.

Revisão técnico-científica do artigo: Dr. Pedro Ponce, Diretor Médico Nacional da Fresenius Medical Care Portugal

A Fresenius Medical Care é pioneira na inovação das tecnologias de diálise, nas nossas clínicas em Portugal mais de 80% dos doentes são tratados com recurso à técnica de Hemodiafiltração. Diariamente reforçamos o nosso compromisso de “Criar um futuro que vale a pena viver. Para os nossos doentes. Em todo o mundo. Todos os dias.”

A Fresenius Medical Care tem feito história, pois ao longo de muitos anos tem vindo a definir os padrões utilizados em diálise, estando envolvida em todos os níveis de prestação de cuidados de saúde. Como fabricante de uma gama completa de produtos de diálise e como prestadora de cuidados renais, com 4.153 centros de diálise, espalhados por todo o mundo, presta tratamento de diálise a mais de 344.000 insuficientes renais. Cotada nas Bolsas de Valores de Frankfurt e Nova Iorque, a Fresenius Medical Care posiciona-se entre as 35 maiores empresas alemãs em volume de negócios.